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Preparação de Superfícies “Reboco”
O reboco tornou-se o mais complexo dos substratos
Diante da quantidade de superfícies existentes, não poderíamos abordar este assunto de forma generalizada, mas sim de maneira especifica.
Dentro do conceito pintura imobiliária, o reboco tornou-se o mais complexo dos substratos. Nas últimas décadas ocorreram transformações em vários sentidos e isto foi determinante para estas mudanças.
Além das transformações climáticas, ocorreram também mudanças significativas no preparo da argamassa. Deixaram de usar por exemplo o reboco curtido, isto consistia na mistura da cal com areia peneirada e umedecida, após este processo, a mistura ficava armazenada por no mínimo quinze dias.
Na hora da aplicação do reboco adicionava-se o cimento. Este procedimento proporcionava um reboco altamente resistente, com uma alcalinidade reduzida. Outro fator que também podemos observar foi a aceleração imobiliária, onde tudo tem que ser feito em menos tempo possível, e desta forma as orientações técnicas deixaram de ser respeitadas, principalmente a mais importante de todas: a cura do reboco.
Em todos os boletins técnicos, litografias ou qualquer literatura que retrata o assunto pintura imobiliária. A cura do reboco está explicita, e a orientação é que se aguarde no mínimo vinte e oito dias do término do reboco para o início do acabamento de pintura.
Um dos grandes problemas é que atualmente não estão aguardando nem a secagem total do reboco, quanto mais a cura do mesmo e isto é muito preocupante, pois desta forma se torna inevitável patologias como: eflorescência, saponificação, calcinação, descascamentos, desapregamentos, mofos e etc. O agravante é que sempre que elas acontecem a culpa são das tintas, independentes da marca.
O que se tem observado é que estes fatores são decorrentes dos proprietários, profissionais e outros que estão inseridos neste contexto. O proprietário precisa do retorno imediato do seu investimento, o profissional devido uma concorrência acirrada se viu obrigado a aceitar um valor mais baixo para a execução da mão de obra e isto tudo acaba se resumindo naquela famosa frase “tempo é dinheiro”. Desta forma, quem acaba pagando um preço muito alto são os fabricantes de produto de acabamento, principalmente os do seguimento de tinta.
Após análise das transformações no processo evolutivo, constatando a irreversibilidade do conceito Preparação de superfície “Reboco”, a Kokar se dispõe a contribuir com orientações técnicas no intuito de minimizar os problemas citados.
Como proceder: Reboco novo, parte interna:
Aplicar lixação com lixa para reboco grana nº 80 ou 100.
Remoção do pó com vassoura de pelo. Aplicar uma demão de fundo preparador de parede, aguardando a secagem por quatro horas. Aplicar duas demãos de massa corrida, com intervalo de quatro horas entre demãos. Aplicar lixação com lixa de grana nº 220 ou 280. Efetuar a remoção do pó com vassoura de pelo em seguida aplicar uma demão de fundo preparador de parede sobre a massa. Aguardar novamente a secagem por quatro horas.
Após este processo aplicar de três a quatro demãos de tinta acrílica, acetinada, semi-brilho ou fosca. Obs: As foscas devem ser nas categorias Premium ou Standard.
Nas superfícies externas o procedimento é o mesmo, exceto a demão de fundo preparador sobre a massa acrílica. E para revestimento como: Textura e Riscado, o procedimento consiste em: Lixação do reboco com lixa de grana nº 80 ou 100. Aplicação de uma demão de fundo preparador de parede, aguardar a secagem por quatro horas e efetuar o acabamento desejado.
Obs: Se os revestimentos forem aplicados como acabamento, será necessário uma previa demão de tinta, na cor similar.
O fundo preparador de parede é sem dúvida o que há de melhor atualmente para amenizar as patologias citadas. Sua composição à base de resina acrílica, associada a outros componentes, o torna altamente eficiente para estes fins.
O produto tem uma viscosidade que permite a penetração na superfície com facilidade e por ser um promotor de coesão de partículas, acaba criando uma barreira intransponível para a alcalinidade que normalmente é liberada pelo reboco quando não se aguarda o tempo necessário da cura.
Com sua ação isolante, o fundo preparador não permite a afloração da alcalinidade para a superfície, impedindo que este fenômeno se torne uma calcinação generalizada no acabamento da pintura. Se durante a execução da mão de obra, estas orientações forem adotadas corretamente, a pintura terá maior vida útil e o cliente usufruirá de um enorme custo-benefício.